segunda-feira, 3 de março de 2014

Como se equiparam as forças militares de Rússia e Ucrânia?



Atualizado em  3 de março, 2014 - 17:03 (Brasília) 20:03 GMT
Soldados supostamente russos estão estacionados em frente a postos militares ucranianos
Em meio à tensão na Crimeia e a possibilidade de um confronto entre Ucrânia e Rússia, surge o questionamento de como os dois países se equiparam em termos militares.
O Exército da Ucrânia é respeitável, mas é numericamente inferior às Forças Armadas russas. Moscou tem cerca de quatro vezes mais militares na ativa e duas vezes mais tanques que Kiev.
Caso a Rússia avance sobre o lado ocidental da Ucrânia, as forças ucranianas provavelmente teriam condições de ter um desempenho melhor que o do pequeno exército da Geórgia durante o ataque russo em 2008.
Mas, na realidade, o exército ucraniano está disperso, não está pronto para o combate e tem muitos dos seus equipamentos armazenados em depósitos.
Além disso, dadas as divisões internas na Ucrânia, não é garantida a lealdade de partes do exército do país ao novo governo interino em Kiev.

Forças de elite

Equilíbrio militar entre Ucrânia e Rússia
Por sua vez, a Rússia tem feito treinamentos com cerca de 150 mil soldados de distritos militares próximos à fronteira da Ucrânia.
Seu exército na Crimeia supera as forças limitadas da Ucrânia na península.
A Rússia também pode lançar mão de unidades altamente capazes, como a 7ª Divisão da Guarda Aérea baseada em Novorossisk, além de uma variedade de forças especiais.
Além disso, o país poderia usar forças de elite do ministério do Interior, que estão especialmente treinadas e têm equipamentos para uma missão como essa.
As forças ucranianas têm alguma experiência, mas limitada, em operações da Otan, organização da qual a Ucrânia é parceira.
Seu exército herdou uma quantidade significativa de equipamentos soviéticos após a independência do país, e sua estrutura foi modernizada até certo ponto, mas está longe de ser algo de ponta, com muitos dos equipamentos sem manutenção.
Também há o fato de que a Ucrânia estar sozinha. Como não é membro da Otan, não tem à sua disposição as garantias de segurança dos integrantes do bloco.

Reforços russos

Mapa Ucrânia
Mesmo que a frota russa no Mar Negro esteja um tanto ultrapassada e seja uma das menores forças navais do país, suas bases militares na área dão ao país poder mais do que suficiente para assumir o comando de locais-chave para isolar as unidades ucranianas em suas próprias bases na Crimeia.
Nos últimos dias, reforços russos vêm chegando, e Moscou pode enviar muito mais se uma guerra realmente for deflagrada.
Até agora, a maioria das operações militares russas não deixaram mortos ou feridos. Suas forças só encontraram pela frente uma resistência passiva das unidades ucranianas, que podem fazer muito pouco.
Talvez a fase militar inicial esteja acabando. No entanto, se tropas russas forem para o lado ocidental da Ucrânia, a crise na região pode atingir outro nível.
Não a ponto de se chegar uma guerra aberta, apesar de algumas unidades da Ucrânia estarem dispostas a lutar.
O maior perigo não seria uma guerra aberta entre russos e ucranianos, mas sim que a movimentação russa leve a uma amarga guerra civil entre forças a favor e contra a Rússia.


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domingo, 2 de março de 2014

OTAN: ação da Rússia ameaça a paz na Europa
           
 Agência Estado            
O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Anders Fogh Rasmussen, afirmou neste domingo que as ações militares da Rússia na Ucrânia ameaçam "a paz e a segurança na Europa". Rasmussen disse ainda que a Rússia tem a obrigação de parar as suas atividades militares na região da Crimeia.
As declarações foram dadas antes da uma reunião do Conselho da Otan, órgão decisório da aliança que inclui embaixadores de todos os 28 países-membros. Depois do encontro, os líderes teriam uma conversa com o embaixador da Ucrânia na organização.
"Eu convoquei o Conselho do Atlântico Norte hoje por causa da ação militar da Rússia na Ucrânia e por causa das ameaças do Presidente Putin contra esta nação soberana. O que a Rússia está fazendo agora na Ucrânia viola os princípios da Carta das Nações Unidas e ameaça a paz e segurança na Europa. A Rússia deve parar suas atividades militares e suas ameaças", afirmou Rasmussen. Fonte: Dow Jones Newswires.




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sábado, 1 de março de 2014

Governo anuncia aumento no salário de cubanos do Mais Médicos
Paula Laboissière - Agência Brasil28.02.2014 - 13h36 | Atualizado em 28.02.2014 - 17h39
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, anunciou hoje (28) um reajuste salarial de 25% para os profissionais cubanos que trabalham no Brasil por meio do Programa Mais Médicos. A partir de março, eles vão passar a receber US$ 1.245.
O salário dos cubanos, atualmente, consiste em US$ 400, pagos pelo governo brasileiro, e US$ 600, pagos pelo governo cubano e retidos em uma conta no país. O aumento anunciado pela pasta, portanto, é US$ 245, sendo que o valor total, a partir de agora, será pago no Brasil.
INCORPORAR:
Segundo Chioro, a negociação com a Organização Panamericana de Saúde (Opas) e com o governo cubano para estabelecer o reajuste salarial já estava em andamento quando ele assumiu o comando da pasta, no início do mês de fevereiro. Houve, de acordo com o ministro, uma determinação da presidenta Dilma Rousseff para que o valor pago aos profissionais cubanos fosse revisto.
Chioro fez questão de ressaltar que não houve aumento dos valores repassados pelo governo brasileiro pela cooperação internacional. “Não vamos gastar um centavo a mais. Vamos continuar pagando o mesmo valor”, disse. O que houve, segundo ele, foi uma alteração nos valores acordados no contrato com o governo cubano.
Chioro rebateu a ideia de que o anúncio do reajuste seria uma resposta à pressão de médicos cubanos como Ramona Rodríguez, que abandonou o programa. “Não há, da nossa parte, nenhuma questão que envolva diretamente pressão dos próprios médicos cubanos, muito menos daquela profissional. Não é o que nos mobiliza. O que nos mobiliza é a necessidade de aprimorar.”
Atualmente, 7,4 mil médicos cubanos atuam no Brasil por meio do Mais Médicos.
Editor: Lílian Beraldo
Direitos autorais: Creative Commons - CC BY 3.0