Manifestantes pedem libertação de ativistas detidos na Rússia
Manifestantes em 47 países pediram a libertação de ambientalistas do grupo Greenpeace e jornalistas que foram detidos na Rússia. Entre os presos, está uma brasileira.
"Libertem os 30 do Ártico", pediram os manifestantes em Melbourne, na Austrália. Os protestos seguiram por Hong Kong, na China, por Moscou e pela Holanda, onde o ato foi em frente à embaixada russa.
Segundo os organizadores, houve mobilizações em quase 50 países em apoio aos 28 ambientalistas e dois jornalistas que estão presos em Murmansk, no noroeste da Rússia. Entre eles, a bióloga brasileira Ana Paula Maciel.
Em São Paulo, o Greenpeace escolheu o vão livre do Masp para protestar contra a prisão dos ativistas. O grupo pediu a libertação imediata das 30 pessoas que foram detidas.
A mãe de Ana Paula saiu de Porto Alegre para participar do protesto, e fez um apelo: “Eu quero que o governo interceda sobre Ana Paula para ela voltar para o Brasil. É muito angustiante. É uma angustia muito grande”, diz Rosângela Maciel, mãe de Ana Paula.
Quem passou pela Avenida Paulista pode deixar mensagens que serão entregues por advogados a Ana Paula.
Em 18 de setembro, dois alpinistas do Greenpeace foram presos quando escalavam uma plataforma estatal russa para protestar contra a exploração de petróleo no Ártico.
No dia seguinte, outras 28 pessoas, de várias nacionalidades, que estavam no navio do grupo ambientalista, também foram detidas. A justiça russa indiciou todas por pirataria. Elas podem pegar até 15 anos de cadeia.
A Holanda, país de dois dos ativistas, diz que as prisões foram ilegais e que, por isso, vai questioná-las num tribunal internacional.
Antes do indiciamento, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, chegou a dizer que não considerava que o caso fosse de pirataria. Mas que o grupo havia desrespeitado leis russas.
Ao final do ato em São Paulo, os manifestantes cantaram pela libertação da brasileira: "Vem, vem, pra libertar a Ana Paula".
“A gente gostaria que as autoridades intercedessem, que se contraponham ao processo de pirataria, que a gente considera absolutamente injusto e inclusive cruel contra essas pessoas que estavam protestando”, explica Fernando Rossetti, diretor do Greenpeace.
O Itamaraty enviou ao governo russo uma carta em que se compromete a apresentar a brasileira à justiça de lá sempre que necessário, se ela responder ao processo em liberdade.
Mas ainda aguarda uma decisão.
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